sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Mas afinal, do que gostam os cartunistas cariocas?

Cabe aqui uma pequena explicação para a postagem anterior intitulada “Aos Cartunistas Cariocas”. Alguns amigos me escreveram discordando do texto publicado (ou do que eles entenderam daquelas linhas) que pareceu dizer que o evento não teria sido um sucesso. De fato, os amigos têm razão. Por isso, retifico que a abertura do evento acontecido no Centro Cultural Justiça Federal foi realmente ótima, contando com a presença de cerca de 100 pessoas que foram recebidas por um caprichado coquetel oferecido pela empresa Nautilos, contratada pela Universidade Veiga de Almeida, que apoiou o projeto.
Estiveram presentes artistas e intelectuais de diversas áreas culturais como o pesquisador da História da Caricatura Lucio Murucci, o escritor Carlos Didier (autor de livros biográficos importantes como o de Noel Rosa, e que em breve lançará um interessante livro sobre Nássara), Oscar Mattos, neto de Nássara; Paulo Fournier, Ivan Cosenza, filho do cartunista Henfil; o editor Sandro Dinarte, o ceramista Zé Andrade entre outros artistas e jornalistas.
Se foi tudo bem, porque lamentar (mais uma vez) a famosa preguiça dos desenhistas residentes na Cidade Maravilhosa? De certa forma, a classe mais inoperante da cultura carioca esteve representada por colegas do traço, em sua maioria cartunistas (obviamente, os que fogem à regra e deixam a preguiça de lado), alguns veteranos e outros bem jovens. Deram as caras lá, além do veteraníssimo Adail, André Brown, Diego Novaes (que foi acompanhado da equipe da Semana de HQ da UFRJ), Duartte, Gecelmo, Glen, Guidacci, Mega, Nei Lima, Ota, Rose Araujo, Souza e Ykenga. Porém, eu imaginava que esse número seria infinitamente maior devido à importância do tema, o Centenário de Nássara, um dos mais importantes desenhistas de humor do Brasil em todos os tempos. Se cerca de 100 pessoas prestigiaram uma exposição do centenário de um mestre do humor gráfico carioca, e se desses apenas cerca de 10% representava a classe dos nossos nobres cartunistas, tenho que considerar que se tem uma coisa que os cartunistas não gostam é exatamente as exposições de Humor Gráfico. Cabe a nós, agitadores culturais, buscar novas fórmulas de divulgação para apontar a direção certa do público alvo desse tipo de evento que, com certeza, não pode ser direcionada aos cartunistas, porque, definitivamente, agora eu tenho certeza, que Humor Gráfico é uma coisa que eles realmente não gostam.

4 comentários:

Flamir ambrósio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Flamir ambrósio disse...

Fala, Zé! Cara, de fato muitos de nós somos portadores da “síndrome do açucar”. Peço desculpas pela ausência. O evento aconteceu exatamente na semana de provas na faculdade. Gostaria muito de ter ido.
Um grande abraço!
Seu fã,
Flamir

Dodó Macedo disse...

Parabéns, Zé, pela homenagem ao Nássara - e, claro, ao Jorge de Salles.
O Salão de Humor do Piauí cultiva a tradição de mostrar, a cada ano, exposições caprichadas...
Grande abraço.

Nei Lima disse...

Calma, mô amiguim!
Penso que está havendo um certo equívoco na sua avaliação.
Olha só, os colegas cartunistas que não compareceram ou não puderam ir com o tempo chuvoso ou por um outro motivo, na abertura da exposição ainda poderão se redimir, pois a exposição continuará com os maravilhosos desenhos originais do mestre Nássara. Esperemos pois...

Não se aflija. Abração!