Edição da coluna Desenharte, Jornal de Letras, nº 179, de julho de 2013, com texto escrito por ocasião da exposição "Ela por Elas - Leila Diniz nos traços das desenhistas brasileiras".
Mulheres desenhistas
Quando em julho de 1909
a revista Fon-Fon! publicou uma
caricatura da artista francesa Réjane, os editores estavam fazendo História
mesmo sem saber. Era o início da trajetória de uma mulher como caricaturista na
imprensa brasileira. A desenhista era Nair de Teffé, que assinava seus desenhos
como Rian (Nair ao contrário), considerada por todos os historiadores como a
primeira mulher a publicar uma caricatura no mundo
Com o passar dos anos,
outras desenhistas surgiram, vieram Yolanda, Arteobela, Irene, Hilde e, num
passado mais recente, Marguerita, Ciça e Mariza, entre outras talentosas
artistas. Hoje, apesar de ainda serem minoria, muitas mulheres desenvolvem ótimos
trabalhos como cartunistas, desenhistas de histórias em quadrinhos e
ilustradoras, especialmente na literatura infantojuvenil onde a presença
feminina é cada vez mais consistente.
Para comemorar o aniversário
de 2 anos da Sala de Cultura Leila Diniz, foi inaugurada no dia 3 de julho uma exposição
em homenagem à atriz que empresta seu nome ao belo espaço, reunindo algumas das
desenhistas brasileiras mais atuantes, entre elas cartunistas, ilustradoras,
caricaturistas e artistas plásticas de diversas gerações, algumas veteranas e
outras extremamente jovens que sequer conheceram Leila Diniz e nem viveram os
tristes tempos de ditadura e censura que ela tanto combateu.
A exposição “Ela por
elas – Leila Diniz nos traços das desenhistas brasileiras” é uma coletiva com
obras criadas exclusivamente para a ocasião, sendo, portanto, todas inéditas. O
resultado é uma interessante coleção de desenhos, pinturas e esculturas que
retratam a figura bem humorada de Leila Diniz e seu espírito libertador.
A exposição conta com
obras das artistas Ana Cristina Maciel, Camilla Sanpe, Carla Guidacci, Claudia Kfouri, Claudia Mendes, Cristina Carnelós, Fani Loss,
Fernanda Ambrosio, Jacqueline Ventilari, Kamilla Pavão, Laíssa Gamarro, Lili Detoni, Liliana Ostrovsky, Lorena Kaz, Luiza Caetano,
Márcia d’Haese, Marcia Mendes, Marguerita, Maria Rita, Monica
Fuchshuber, Nat Forcat, Nice Lopes, Patricia Brasil, Regina André, Rose Araujo,
Shirlei Fontoura, Thais Linhares, Verônica Saiki e Yara Souza.
A mostra estará à disposição do público
até o dia 31 de julho. A Sala de Cultura Leila Diniz fica na Rua Heitor
Carrilho, 81, Centro – Niterói. Informações: 2727-5299.
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Agora imagine se Nair
de Teffé nunca tivesse saído da bainha das calças de seu pai, o Almirante Barão
de Teffé; ou se Chiquinha Gonzaga não tivesse dado um pontapé no traseiro de um
marido escolhido por seus pais, e se Leila Diniz não tivesse literalmente
conjugado todos os verbos a favor da liberdade de expressão e, principalmente,
de escolhas. Especialmente você mulher, que está agora lendo o Jornal de Letras,
estaria até hoje aguardando seus pais escolherem um marido para constituir
família, criar meia-dúzia de filhos, cozinhar e lavar trouxas de roupas.
Possivelmente não poderia eleger os políticos de sua preferência e nem escolher
sua profissão. Portanto, esta exposição é uma homenagem à Leila Diniz e às
nossas desenhistas, mas é extensiva a todas as mulheres brasileiras ávidas por
conquistas e igualdade de condições.
Um comentário:
Estou alegre por encontrar blogs como o seu, estive a ver e ler algumas coisas,
reparei que aqui há uma pessoa artista,e como aprecio pessoas com arte
fiquei mais um pouco para ver melhor.
Posso dizer que gostei do que li e vi desde já quero dar-lhe os parabéns,
decerto que virei aqui mais vezes.
Sou António Batalha.
Que lhe deseja muitas felicidade e saúde em toda a sua casa.
PS.Se desejar visite O Peregrino E Servo, e se o desejar
siga, mas só se gostar, eu vou retribuir seguindo também o seu.
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