quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Adail e Henfil


Numa das muitas vezes que estive com o Adail, ele comentou sobre um evento que aconteceu no centro espírita que frequentava, em Caxias. Há muitos anos, Adail converteu-se ao espiritismo de Alan Kardec e, sempre que podia, contava sobre suas experiências e ensinamentos sobre a doutrina seguida por Chico Xavier. Numa dessas vezes, Adail me contou que Henfil "esteve" num desses eventos. Obviamente que eu ri e não deixei de fazer uma das minhas piadas fora de hora sempre que o assunto é religião ou crença. "Ele fez top! top!, mestre?", perguntei ao Adail, que levou tudo na esportiva, mas reafirmou que Henfil esteve realmente no local e que estava trabalhando muito no mundo espiritual.
Hoje, dia 5 de fevereiro, o corpo de Adail foi encontrado por sua filha, na casa onde ele residia, em Caxias. Ficamos sabendo, graças aos muitos amigos que o artista mantinha no Sindicato dos Jornalistas, que noticiaram o fato pelas redes sociais. 
A vida de fato nos prega algumas pegadinhas. Hoje, é a data do nascimento de Henfil. Aliás, nesta data, seu filho Ivan de Souza participou do lançamento da nova edição da coleção Fradim, no Museu da República, no Catete. Tudo isso para comemorar os 70 anos de HenfilQuer dizer, Adail faleceu exatamente no dia do nascimento de seu colega.
Sei não, mas acho que o Adail resolveu comemorar o aniversário de Henfil e foi dar um abraço e matar a saudade de seu amigo.
Circulando na edição de hoje, 5 de fevereiro, no jornal O Dia, na coluna Memória do Dia, um registro do traço do cartunista Henfil, que nesta data completaria 70 anos.



sábado, 1 de fevereiro de 2014

Henfil 70 anos... "Morro, mas meu desenho fica"


Na próxima quarta-feira, dia 05 de fevereiro, a partir das 19 horas, o Museu da República receberá o ator e diretor Paulo Betti, o cartunista Chico Caruso, o escritor e jornalista Tárik de Souza e o jornalista Nelsinho Rodrigues, para um debate sobre a vida e obra do cartunista Henfil. O evento inicia as comemorações pelos 70 anos do genial artista. 
Na oportunidade, acontecerá o lançamento dos novos números da Coleção Fradim.
O Museu da República fica na Rua do Catete, 153, próximo ao metrô.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Liliana Ostrovsky e Fani Loss


A argentina Liliana Ostrovsky e a capixaba Fani Loss, duas das desenhistas mais talentosas do Brasil, inauguram no próximo dia 9 de fevereiro, às 17 horas, no Centro Cultural Solar Botafogo, a exposição "A Sétima Arte Ilustrada" - caricaturas e ilustrações inspiradas em filmes e suas personagens.
O Centro Cultural Solar Botafogo fica na Rua General Polidoro, nº 180, Botafogo.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

O elogio pornofônico do Ziraldo


Em 2007no auditório da faculdade CCAA, na Rua 24 de Maio, assisti a uma palestra de Hans Donnerquando Mago da TV defendeu a tese de que a Bandeira do Brasil apresenta um erro grave na sua concepção gráfica. No caso, para Hans, a faixa branca onde se lê “Ordem e progresso” está disposta de maneira errada, já que a mesma apresenta-se em forma de parábola cadente, isto é, a faixa em curva está desenhada da esquerda para a direita, mas de cima para baixo, o que dá a sensação de decadência. Na visão de Hans Donner, a faixa deveria ser apresentada em sentido contrário, de baixo para cima, para passar a ideia de evolução constante. Hans Donner afirma ainda que a palavra amor deveria ser incluída na frase impressa em verde, transformando-se em “Amor, ordem e progresso”. Enquanto defendia sua tese, o consagrado artista exibia uma projeção de imagens com alguns experimentos criados por ele tendo nossa Bandeira como tema. Num deles, o símbolo da Pátria surgia com as características citadas, mas com mais uma modificação fruto de sua criatividade. Onde costumeiramente se vê a esfera azul dividida pela faixa branca com a famosa frase, Hans Donner a substituiu por um coração, expondo toda a sua paixão pelo País que o recebeu e o consagrou como um dos maiores nomes da televisão mundial. Ao exibir sua bandeira incomum, Hans Donner lembrou que ao ver sua criação o cartunista Ziraldo arregalou os olhos e exclamou: “Filho da puta!”. Mas não foi assim um palavrão dito como quem reclama de um árbitro que deixou de marcar um pênalti escandaloso a favor de nosso time, mas uma forma de enfatizar sua admiração pela obra que acabara de ver e aprovar. “Ele me chamou de filho da puta, e eu adorei”, disse Hans Donner em sua palestra.    
Quando da realização do 10° Salão Internacional de Humor de Caratinga, em 2009, fomos convidados para fazer parte da comissão julgadora formada, entre outros, pelos cartunistas Gualberto, Nei Lima, Márcio Leite, Amorim, Jorge Inácio e Ferreth. Após o primeiro dia de trabalho, pernoitamos no hotel mais importante da cidade. Na manhã seguinte, todo o grupo se reuniu para tomar o café da manhã. Juntou-se aos jurados, o cartunista Edra, curador do salão de humor, e mais o Ziraldo – que foi um dos homenageados do evento – e Ge, seu irmão. Após o café, permanecemos às mesas e passamos a conversar sobre artes em geral, especialmente sobre desenho, a profissão de todos naquela mesa. Nei Lima, caricaturista carioca, levou para esta viagem seu inseparável caderno de desenhos. Durante muitos anos, Nei trabalhou como professor de uma faculdade em Niterói, e sempre aproveitava os vinte minutos de viagem de barca para desenhar, observando os passageiros que passavam a ser seus modelos exclusivos, resultando numa série de desenhos feitos à caneta BicNei Lima batizou esta série com o nome “Seres da Barca. Não há quem não goste desses desenhos. E o Ziraldo não ficou indiferente a esse caderno. “Filho da puta! Olha isso!”, disse o Ziraldo após fixar os olhos num dos desenhos do Nei, que riu orgulhoso por ter agradado o mestre. Com sua postura debochada e ao mesmo tempo satisfeito, Nei Lima passou parte dos 3 dias que permanecemos em Caratinga lembrando de que era, na visão do Pai do Menino Maluquinho, um “filho da puta” do desenho. E todos nós concordávamos e dizíamos: “Esse filho da puta desenho pra cacete!”. 
Numa das muitas vezes que estive com o artista plástico Jorge de Salles, em sua residência, na Rua Conde de Baependi, Laranjeiras, fiquei sabendo que o “elogio” também fora recebido após o artista mostrar umas das suas aquarelas ao Ziraldo. 
Quer dizer, ser chamado de filho da puta pelo Ziraldo não representa motivo para se sentir ofendido, nem para lembrarmos o quanto nossas mamães foram carinhosas e dedicadas. Ser chamado assim pelo pai (ou seria filho?) da Supermãe é um elogio impagável. E olha que nem todo mundo é filho da puta pro Ziraldo. Se ele te chamar assim algum dia, saiba que você é bom mesmo no que faz. 

X-X-X 

As três caricaturas que ilustram esta edição, são de autoria de um dos elogiados pelo Ziraldo, o talentoso Nei Lima, caricaturista do Rio de Janeiro, que atualmente desenha para os jornais O Dia e Meia Hora.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Lan no Carnaval 2014

A Mangueira e as outras Escolas de Samba do chamado "Grupo Especial" paparam mosca varejeira! 
A Renascer de Jacarepaguá terá como enredo no Grupo de Acesso o genial caricaturista Lan. A homenagem é válida, mas o Lan merecia um desfile no grupo principal.
Enquanto isso, vamos engolindo enredos equivocados como "Roberto Carlos", "Rock in Rio" e outras bobagens que nada tem a ver com o mundo do samba.

Claudio Russo, Lan e Moacyr Luz

domingo, 5 de janeiro de 2014

João Baptista e Guidacci

Ontem, dia 4 de janeiro, estive no Museu da República, no Catete, participando de um encontro de cartunistas. A boa surpresa do dia foi a presença casual de João Baptista, que foi meu professor de desenho do Senac. Um grande artista, pintor memorável e fã das boas coisas da vida. João Baptista está com 92 anos, mora próximo ao Museu da República e frequenta o local todos os dias para visitar as aves que vivem lá. Foi muito bom poder rever esse grande Mestre. A foto foi feita pelo cartunista Elihu.

Meus dois professores dos bons tempos de Senac, Guidacci (E) e João Baptista.