Na área do humor gráfico, no que se refere à pesquisa, algumas obras tornaram-se referências definitivas. Difícil imaginar que algum dia, alguém poderá desenvolver um trabalho tão eficiente e complexo como Herman Lima e sua História da Caricatura no Brasil, publicada em 1962, pela editora José Olympio. Mais recentemente, em 1996, o professor Denis de Moraes publicou, também pela José Olympio, a biografia O Rebelde do Traço, contando sobre a vida de Henrique de Souza Filho, o cartunista Henfil. Este livro, editado em 578 páginas, é um estudo completo e muitíssimo bem elaborado, tornando-se, assim como a obra de Herman Lima para a caricatura nacional, numa referência obrigatória para os futuros estudiosos da vida e obra do cartunista criador da Graúna, Bode Orelana e Zeferino. Qualquer pesquisa do gênero que venha após essas, poderá passar em branco, ou ser apenas mais uma.
Márcio Malta, que quando ataca de cartunista assina seus rabiscos como Nico, arriscou e acertou na mosca. Lançou há pouco pela editora Expressão Popular, o livro Henfil o humor subversivo, contando parte da trajetória do cartunista, especialmente sobre sua atuação na história recente da política brasileira, mais especificamente durante os anos de repressão imposta pela ditadura militar. O lançamento aconteceu no momento que as campanhas eleitorais esquentavam nas ruas. Engraçado ver a irritação de alguns transeuntes quando abordados pelos muitos candidatos a vereador e prefeito. Mal sabem o quanto Henfil lutou por isso.
Mas, voltando ao livro... Está tudo lá. Malta nos conta sobre a formação do artista, os primeiros contatos com o jornalista e escritor Roberto Drummond e sua influência na vida de Henfil, da saudade do Betinho, seu irmão exilado; sua atuação no Pasquim, o programa TV Homem, as Diretas Já, e o drama da Aids que o matou aos 43 anos impedindo-o de viver na tão sonhada democracia e liberdade de expressão.
O livro é pequeníssimo, desses que a gente pode carregar no bolso. Porém, não se iluda. Como diz o velho ditado, tamanho não é documento. Em 93 páginas, o autor consegue, por meio de um texto sucinto e bem escrito, contar tudo que precisamos saber sobre o desempenho de Henfil num dos momentos mais sofríveis da nossa república. Aliás, devemos comemorar a vinda deste livro, e torcer pela carreira de Márcio Malta como pesquisador do humor gráfico brasileiro. Será muito bom para a memória da nossa caricatura, que ele entre para o time de historiadores composta por Herman Lima, Ruben Gill, Álvarus, Cássio Loredano, Ota e tantos outros. Que este Henfil o humor subversivo, seja o primeiro de muitos estudos.
Contatos com o autor pelo site: http://www.mundoemrabisco.com/.
Mudando de assunto... Como reagiria Henfil se testemunhasse as propostas do ministro Nelson Jobim sobre o fim do sigilo de fonte nos meios jornalísticos, limitando a atuação da imprensa? O que diriam seus personagens sobre o PT de Berzoini, Benedita, Jorge Babu e Lula, partido que ele um dia ajudou a criar? Que venham os Ubaldos!
Márcio Malta, que quando ataca de cartunista assina seus rabiscos como Nico, arriscou e acertou na mosca. Lançou há pouco pela editora Expressão Popular, o livro Henfil o humor subversivo, contando parte da trajetória do cartunista, especialmente sobre sua atuação na história recente da política brasileira, mais especificamente durante os anos de repressão imposta pela ditadura militar. O lançamento aconteceu no momento que as campanhas eleitorais esquentavam nas ruas. Engraçado ver a irritação de alguns transeuntes quando abordados pelos muitos candidatos a vereador e prefeito. Mal sabem o quanto Henfil lutou por isso.
Mas, voltando ao livro... Está tudo lá. Malta nos conta sobre a formação do artista, os primeiros contatos com o jornalista e escritor Roberto Drummond e sua influência na vida de Henfil, da saudade do Betinho, seu irmão exilado; sua atuação no Pasquim, o programa TV Homem, as Diretas Já, e o drama da Aids que o matou aos 43 anos impedindo-o de viver na tão sonhada democracia e liberdade de expressão.
O livro é pequeníssimo, desses que a gente pode carregar no bolso. Porém, não se iluda. Como diz o velho ditado, tamanho não é documento. Em 93 páginas, o autor consegue, por meio de um texto sucinto e bem escrito, contar tudo que precisamos saber sobre o desempenho de Henfil num dos momentos mais sofríveis da nossa república. Aliás, devemos comemorar a vinda deste livro, e torcer pela carreira de Márcio Malta como pesquisador do humor gráfico brasileiro. Será muito bom para a memória da nossa caricatura, que ele entre para o time de historiadores composta por Herman Lima, Ruben Gill, Álvarus, Cássio Loredano, Ota e tantos outros. Que este Henfil o humor subversivo, seja o primeiro de muitos estudos.
Contatos com o autor pelo site: http://www.mundoemrabisco.com/.
Mudando de assunto... Como reagiria Henfil se testemunhasse as propostas do ministro Nelson Jobim sobre o fim do sigilo de fonte nos meios jornalísticos, limitando a atuação da imprensa? O que diriam seus personagens sobre o PT de Berzoini, Benedita, Jorge Babu e Lula, partido que ele um dia ajudou a criar? Que venham os Ubaldos!